quinta-feira, 29 de julho de 2010

Preciso me lapidar.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Gênese

O homem que veio do espaço
desceu tímido e pelado até a mesosfera.
E a Terra que nada tinha de virgem
Comeu-o compulsivamente
sem boca pequena.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

ainda vejo com esperança o fim que se aproxima
neste luto verde
que destoa de tudo que é vivo
e que é morto.
como pressentimento
que rompe a bruma das horas
sou só desatenção
para com quem me quer bem,
bem-me-quer.

vivendas


Quando o silêncio
por fim aportou
como possibilidade
de auto-conhecimento
nada,
simplesmente nada
havia
que não tivesse sido
explicado antes
Naquela polifonia
embrutecida de tamanhas vidas
pressionadas sobre o nobre
insitnto de bicho.
Calado homem se fez luz
no escuro imaterial de sua história
que nada quis dizer
mas ali se expôs,
como chance única do universo
recompor a chama que tanto destilou
formulando fórmulas de fórmulas de fórmulas.
Ele não respondeu.
Porque a pergunta nunca foi dita.
Apenas vivida.

por enquanto

Não aprendi a jogar
Não aprendi a competir
Emagreci
Num turbilhão chamado tempo.

Na estação

Corpo coberto de sombras e volumes
Embarca num carrosel que gira
a minha frente.
E ela pensa que viaja, viaja, viaja...
... sem rumo.

e aquela musa..

Eu e você
Você e eu
E um raio chamado clichê
nos recompõe.
No frigir dos ovos.

Metalinguísticas...

Tenho um hábito
Viver
Em folha.
Fazer o quê?...
Uns preferem
Rasuras
Em carne.

Enquanto isso no Golfo do México

O petróleo chega a Miami
E alguns pinguins se embebem em óleo.
Compram compulsivamente.
Seu tempo é curto.
E caro.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

triste
é ver o céu pintado mão.
de uma janela acessa.
A única
que nunca se intimida
Escorre tinta...
quando escrevo
não coleciono só erros de português.
São crassos erros de diamante
de pérola
Insensatez.
Da vida
de vidas
Seja o que for
São muito mais do que amor
porque esses erros
não cabem aqui
nestas cápsulas
etéreas
de
linguagens...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

E eu que sempre quis
ser de pedra
cor de sangue.
Num rio de lama
cor de vento
norte.

terça-feira, 20 de julho de 2010

A fome é o enigma
da boca
madura.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

quando eu ainda sonhava em ser poeta
acordei em prosa.
e era tão cedo
que entardeceu


...doendo

segunda-feira, 12 de julho de 2010

d e s b a s t a r d o

Antes de ler,
escrevo um bilhete
à Lucinda.
Querida amiga,
não gosta de cartas apelativas
ou dramáticas,
sequer lê tais desatinos.

Sem selo, envio o recado
via garoto de recados.
Que a seduz
galanteia
invoca a adormecida libido de 1989
e consuma o ato.

Se é amor ou se é paixão
nunca saberei.
Sei apenas que o filho é meu.

n o i r

flutua lenta
chuva fininha.
em sua queda
descreve
a materilidade
da aura
da cidade.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Charlie Ward*

Você jogou fora o tempo
Você jogou fora o ar
Não me restou um segredo a revelar.
Cerrados
Olhos e o peito
Alguém lhe queria mais do que mais
Mais do que estar lá.
Foi por acidente
Amar quem eu fui amar.
Sofro a dor inconsequente de quem se engana.
Reabri a gaveta aí estão os lençóis
Cadê minha porção de vida
Divina?

* com um gosto forte de nostalgia musical.

sábado, 3 de julho de 2010

O pior de olhar-se num espelho de rio
é o peixe, o girino
e o frio
que inunda nosso sangue ali embaixo
no reflexo.
Insensibilidade.
Tanta verdade naquela água.
Parece que não nos pertence
Aquela cara, oscilando
mentindo, espiando...
Molhada.

t u a l g i b e i r a

Naquela tarde eu tinha um sonho só:
Sonhar de novo com aquele despertar
Que só é possível em sonhos
(Ao menos só vi lá).
...será?...