domingo, 23 de setembro de 2012

minha glória está nos versos que não escrevi
lugar apropriado para a glória
quando o assunto é poesia

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

escrevendo aprendi a sentir
e a mentir
em igual desmedida
como prefere
a desleitora
desconstru
ativa
mente
inibida
pela minha libido
ou lambida?

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

dos cálices que enxugamos
dos vermes com quem brindamos
sem culpa
passemos ao caviar
ou aos frutos silvestres
onde as damas e suas casas herméticas
nos aguardam para o pouso

o verdejar nos deslumbra
mas a crina é cinza
como se todo arco-íris o fosse
em tons daltônicos
envergonhados
da alegria que transmite
e mente esse amarelo crepúsculo 
choxo muchoxo
vacinado viroimune
como todo nosso passado
de corpo perfeito presente

rompemos com o pouco de ânsia
que dispúnhamos
e estamos na plenitude do desastre
embora o arco da boa e eterna aliança
nos remova do asilo
como o filho pródigo
banguela e brocha
louco por um despudorado
e fálico reconciliamento paterno



toda vez que eu perco o sono
eu mato e morro
e sorvo
do pouco oxigênio
que dispõe os amantes
o engano quase sempre proporcional a certeza
em meio aos cálculos e as carências
em seu sentido próprio
muito mais afável que decrépito
cresceu tão próspero como grão de centeio
em úmido meio
meio eu
meio ele
vivemos
tenho espaço na vida
mas não na agenda
páginas e papel
custam caro demais.