terça-feira, 27 de outubro de 2015

madrugada
no prédio defronte
janelas acesas
flui o tempo
no silêncio do olhar
apaga apartamento:
momento

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

o poeta embrutecido
o poeta de trigo
o poeta de prata
o poeta de tinto
Rodrigo, meu filho
não cruze o caminho
do poeta bandido
mono decassílabo
tio do sobrinho do pai do espírito
de porco arrependido
o poeta divino, calado prolixo
o corvo o sino o som o sentido
estampido ruído estouro sibilo
o íntimo anseio do último fim
sensível senil saudoso solícito
o poeta é o tiro
o poema é rugido