a chuva me desvenda
quando já não sei se tenho pele
macula o silêncio
que não mais existe
pouco molha
ou faz viver
porque estão extintas
terras e sementes
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
as vezes
e muitas vezes
sinto-me exilado
em Caxias
quando
entre um cacho e outro
de boas uvas
vejo meus amigos
na tela da TvCom
vivendo
absurdamente
de arte
E tantos momentos
ridículos surgem
quando percebo
que essa ânsia
do existir
impregna tudo
tão facilmente
súbito percebo:
de que arte estamos falando, mesmo?
de que amigos?
(me orgulhei)
o exílio é tão ou mais doce que a fruta
tão ou mais ridículo
do que esse nomeado folclore
anglo-saxão ítalo-burguês
muito mais real do que músicas e teatros
pseudo-cosmopolitas do sul
o centro tem o perfume
do interior rebuscado
que se atualiza
nos delírios de grandeza
de nós
transeuntes
entre esses estados
de prosa e desamparo
pelas carências humanas
Assim, perdidos
entre as migrações
e as identidades imperfeitas
não parecemos dignos da estética
embora a dor justifique
tanta expressão
efêmera e aleatória
e muitas vezes
sinto-me exilado
em Caxias
quando
entre um cacho e outro
de boas uvas
vejo meus amigos
na tela da TvCom
vivendo
absurdamente
de arte
E tantos momentos
ridículos surgem
quando percebo
que essa ânsia
do existir
impregna tudo
tão facilmente
súbito percebo:
de que arte estamos falando, mesmo?
de que amigos?
(me orgulhei)
o exílio é tão ou mais doce que a fruta
tão ou mais ridículo
do que esse nomeado folclore
anglo-saxão ítalo-burguês
muito mais real do que músicas e teatros
pseudo-cosmopolitas do sul
o centro tem o perfume
do interior rebuscado
que se atualiza
nos delírios de grandeza
de nós
transeuntes
entre esses estados
de prosa e desamparo
pelas carências humanas
Assim, perdidos
entre as migrações
e as identidades imperfeitas
não parecemos dignos da estética
embora a dor justifique
tanta expressão
efêmera e aleatória
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
escrevo sobre uma criança
suas pequeninas mãos
olhos que a tudo bem recebem
ainda azuis
porvir...
se estivesse apaixonado
escreveria sobre o amor
embebido em dores
talvez narrasse um conto sujo
se morto?
não escreveria
ou escreveria torto
sobre o medo de estar morto
(mesmo na superação
dispomos de argumentos)
tudo mentira
nem que escrevesse tudo
chegaria a verdade
quem sabe no bloco
onde andam meus cadernos, mesmo?
se eu ainda flanasse pelas ruelas criminosas
de minha pequena cidade
com angústia e sangue entre os dentes
talvez,
ainda sorvesse de alguma materialidade distinta
de um gole mais perecível
tudo é perfeito em fundo branco
até mesmo o que penso
não pertence ao meu desejo
mas à luminosidade que rouba
de minha pele a pouca vida que aprendi
aqui
escrevo porque luto contra o silêncio
fúnebre do pasto interativo
do comboio de carentes
da luz que tinge a face de branco
e o peito de ocre
num estado de paz inventado
pela sutileza
da invasão bárbara
ao sentimento do ingênuo.
suas pequeninas mãos
olhos que a tudo bem recebem
ainda azuis
porvir...
se estivesse apaixonado
escreveria sobre o amor
embebido em dores
talvez narrasse um conto sujo
se morto?
não escreveria
ou escreveria torto
sobre o medo de estar morto
(mesmo na superação
dispomos de argumentos)
tudo mentira
nem que escrevesse tudo
chegaria a verdade
quem sabe no bloco
onde andam meus cadernos, mesmo?
se eu ainda flanasse pelas ruelas criminosas
de minha pequena cidade
com angústia e sangue entre os dentes
talvez,
ainda sorvesse de alguma materialidade distinta
de um gole mais perecível
tudo é perfeito em fundo branco
até mesmo o que penso
não pertence ao meu desejo
mas à luminosidade que rouba
de minha pele a pouca vida que aprendi
aqui
escrevo porque luto contra o silêncio
fúnebre do pasto interativo
do comboio de carentes
da luz que tinge a face de branco
e o peito de ocre
num estado de paz inventado
pela sutileza
da invasão bárbara
ao sentimento do ingênuo.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
o mosquito pinta na tela
o único sentido possível:
encontre um caderno
urgente
com bela capa
de preferência em couro flexível
uma borracha de presilha
caneta preta ponta fina
folhas canson ou pouco tratadas
com texturas de palimpsesto
quem sabe com as histórias
reescritas
encontre, perdidas
entre bravura e atos heróicos
a pouco poesia
que, de fato
valeu a pena
(invisíveis nos recados
e nos audiovisuais)
o único sentido possível:
encontre um caderno
urgente
com bela capa
de preferência em couro flexível
uma borracha de presilha
caneta preta ponta fina
folhas canson ou pouco tratadas
com texturas de palimpsesto
quem sabe com as histórias
reescritas
encontre, perdidas
entre bravura e atos heróicos
a pouco poesia
que, de fato
valeu a pena
(invisíveis nos recados
e nos audiovisuais)
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
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