sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

sonho devagar sonho passa sem parar
um tecido a pele rasgada
de homens nobres e seu computador
como anti-mutantes que são
fazem parte da conspiração
homens-robôs astronautas do norte

amor bacana a Madona tem
os bacantes fantasmas delirantes
do modelo feliz de estar bem

bem-estar
vendo casa mobiliada com casamento feliz
pela bagatela de viver por triz
consumindo a carne que só quer consumir
as carnes a rodar por aí
sensações refrigeradas
prazo de validade a definir

* composta em alguma madrugada entre 2001 e 2002

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

tempestade se anuncia e não se pronuncia
enquanto minha bílis
evoca alergias

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

enquanto você me segue, virtualmente
te sigo no concreto
por sorte, gasto todas as solas
e nos ignoramos

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

vivi em órbita com um quase astro
uma semi-estrela
entre satélite e cometa
matéria esférica
anima inanimada

eu, apesar de poeira
achei tudo tão azul e efêmero

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

o cigarro e o carnavalesco

do prédio em construção ao lado
um operário me observa tocar violão enquanto fuma um cigarro secreto
olhar melancólico debruçado na sacada de puro cimento fresco
nem todas as carnes estão em festa hoje
nem todas as fábulas perduram
estou sem inspiração apesar da manhã de carnaval

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

chegadinhos

a chinchila cochila
no aconchego
da cochonilha