quinta-feira, 16 de julho de 2015

nas madrugadas há um poeta que mora em mim. migrou recentemente (já faz dez anos) para um destes espaços virtuais de publicação. lá não existem muitas curtidas ou comentários, na verdade é quase um absoluto silêncio de rua vazia mesmo. pelas estatísticas, circulam uns e outros, eventualmente. como se respeitassem a condição desse outro a escrever, o desconhecido com o qual nunca cruzaram, esse poeta tímido e violento que mora em mim ao longo de tantos anos. hoje, prefere a madrugada digital do que as mesas de bar, os ruídos desavisados do bairro na calada, do que encontrar o inesperado numa esquina sem luz. eles me respeitam, eu a eles. ele a eles. pois o eu, esse sobrevivente do outro, diurno e embrutecido pelas possessões, ainda quer recontar as amizades através das sintonias estéticas. escrevo e releio, na esperança de encontrar esse eu do meio. seria ele a receita?

quarta-feira, 15 de julho de 2015

os números não mentem, mas sentem...
será?
ah, esse algarismos...
não me pertencem.
inexatidamente

terça-feira, 14 de julho de 2015

eu, que sempre desejei poesia cotidiana e literatura menor para amenizar o desassossego diário, encontrei nestas frasesinhas de filhos a própria verdade. sentidos inexplorados, voos intensos, plenitude. sinto-me um velho jornalista desapegado ao ofício, de costas para o mar em silêncio, enquanto desfruto de toda vida despejada no jardim da descendência.