terça-feira, 28 de abril de 2015
alta madrugada. ouço o caminhão do lixo. embrutecido pela velocidade dos pensamentos. mesmo na cama, entre a vigília e o sono tenho a impressão de que ele recolheu junto com as encomendas dos containers meus sonhos. terei pela frente noites sem enigmas. até que um catador, vizinho do aterro, recolha como faz a um papelão úmido, esse rascunho onírico que foi-se, raptado pelo movimento da cidade em direção ao inóspito destino das febres noturnas inúteis. já não serão meus sonhos. existirão.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
sábado, 11 de abril de 2015
transfusão de posts 2
O louva-deus tinha dois dons
Comiseração
...
E sabia escrever
Uns certos textos de humor.
Fazia muito sucesso entre os Maribondos e Zangões
Sempre com temáticas Turronas.
Pena.
Foi devorado pela mulher
Um dia depois de receber a carta
Que o convidara para apresentar seus roteiros na Broadway.
É,
Empanturrada com as asas do artista, a esposa disse:
- O louva-deus louva deus e não o showbusines.
É,
Espetáculos opacos naquele ano.
...e nos outros...
Não faria a mínima diferença.
10 agosto 2006
Comiseração
...
E sabia escrever
Uns certos textos de humor.
Fazia muito sucesso entre os Maribondos e Zangões
Sempre com temáticas Turronas.
Pena.
Foi devorado pela mulher
Um dia depois de receber a carta
Que o convidara para apresentar seus roteiros na Broadway.
É,
Empanturrada com as asas do artista, a esposa disse:
- O louva-deus louva deus e não o showbusines.
É,
Espetáculos opacos naquele ano.
...e nos outros...
Não faria a mínima diferença.
10 agosto 2006
transfusão de posts 1
Um jovem ouviu o som chamado Um Amor Supremo
uma frase repetida em fonemas lúcidos
salientada por instrumentais nervosos
tensão, desespero
falta de fôlego
Sensível desabafo de um saxofone
atrás dele um homem
à frente aquele ar embebido de graça e supremacia
O conhecimento soprado ali,
num ar repleto de cadência e ritmo,
preenchido de vida humana,
de fato era o amor
Ilustra bem teus passos para deles não restarem pegadas. Ilumina bem teus olhos para as flechas emanarem alma. Recicla a vida em cada palavra para não ferir o silêncio das estrelas. Combina ardor com mácula para bastar-te. Anteceda as armadilhas para prender-te nelas propositadamente. Lampeja de sonhos os dias para rastejar de vontade nas madrugadas. Sana sede de mágoas, lástimas e órbitas, para sentar-te entre os vivos na mesa das Celebrações. Incendeia as roupas novas em função das velhas, ateando fogo ao álcool do soberbo. Sopra feito vício pelos ouvidos desavisados e seja tão necessário quanto o sabor do mar ao sol. Seca, repentinamente, enquanto fonte de desapego e desilusão, pela ânsia inumana e transitória de ilusão de existência. Clama por carinho, carícias, Cartagos, Cartagenas, Greenwichs e Pragas. Ecoa em ti mesmo a desigualdade de ser, a dubiedade da certeza, inutilidade da luta. Reflita a sombra de luz e de ar, persuasões cósmicas soberanas e sacras. Mata aos poucos o elixir que bole todas as faunas. Retira delas cinzas. Recria as cores habituais, sejam três ou trinta. Explica tudo e confunda por perdão aos deuses. Mas ama jamais, sabichão, porque desvanecer é ter, de um pequeno amor, um Amor Supremo.
14 outubro 2005
uma frase repetida em fonemas lúcidos
salientada por instrumentais nervosos
tensão, desespero
falta de fôlego
Sensível desabafo de um saxofone
atrás dele um homem
à frente aquele ar embebido de graça e supremacia
O conhecimento soprado ali,
num ar repleto de cadência e ritmo,
preenchido de vida humana,
de fato era o amor
Ilustra bem teus passos para deles não restarem pegadas. Ilumina bem teus olhos para as flechas emanarem alma. Recicla a vida em cada palavra para não ferir o silêncio das estrelas. Combina ardor com mácula para bastar-te. Anteceda as armadilhas para prender-te nelas propositadamente. Lampeja de sonhos os dias para rastejar de vontade nas madrugadas. Sana sede de mágoas, lástimas e órbitas, para sentar-te entre os vivos na mesa das Celebrações. Incendeia as roupas novas em função das velhas, ateando fogo ao álcool do soberbo. Sopra feito vício pelos ouvidos desavisados e seja tão necessário quanto o sabor do mar ao sol. Seca, repentinamente, enquanto fonte de desapego e desilusão, pela ânsia inumana e transitória de ilusão de existência. Clama por carinho, carícias, Cartagos, Cartagenas, Greenwichs e Pragas. Ecoa em ti mesmo a desigualdade de ser, a dubiedade da certeza, inutilidade da luta. Reflita a sombra de luz e de ar, persuasões cósmicas soberanas e sacras. Mata aos poucos o elixir que bole todas as faunas. Retira delas cinzas. Recria as cores habituais, sejam três ou trinta. Explica tudo e confunda por perdão aos deuses. Mas ama jamais, sabichão, porque desvanecer é ter, de um pequeno amor, um Amor Supremo.
14 outubro 2005
quarta-feira, 8 de abril de 2015
quinta-feira, 2 de abril de 2015
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