terça-feira, 28 de abril de 2015

alta madrugada. ouço o caminhão do lixo. embrutecido pela velocidade dos pensamentos. mesmo na cama, entre a vigília e o sono tenho a impressão de que ele recolheu junto com as encomendas dos containers meus sonhos. terei pela frente noites sem enigmas. até que um catador, vizinho do aterro, recolha como faz a um papelão úmido, esse rascunho onírico que foi-se, raptado pelo movimento da cidade em direção ao inóspito destino das febres noturnas inúteis. já não serão meus sonhos. existirão.

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