meu violão só afina em lua cheia
dó
minguante
terça-feira, 27 de novembro de 2012
aqui no meu centro deslocado
mundoumbigo imundo
escrevo sinfonias com três instrumentos
pneus que cantam
alarmes que tocam
grunidos de fome de ir até a lua e comê-la inteira em bocada única
com o espeto que sobrasse
espetaria o homem que inventou o medo da noite
a caladanoitepreta borbulhante da cidade
que nos incendeia e acalenta tanto
tanto que nos divide em dois
umbigoaomeio mundo
munido de um eu profundo
mas que é raso como um pranto cheio
mundoumbigo imundo
escrevo sinfonias com três instrumentos
pneus que cantam
alarmes que tocam
grunidos de fome de ir até a lua e comê-la inteira em bocada única
com o espeto que sobrasse
espetaria o homem que inventou o medo da noite
a caladanoitepreta borbulhante da cidade
que nos incendeia e acalenta tanto
tanto que nos divide em dois
umbigoaomeio mundo
munido de um eu profundo
mas que é raso como um pranto cheio
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Para mim, a História é isso, o tempo em que minha mãe viveu antes de mim (aliás, é essa época que mais me interessa, historicamente). Nenhuma anamnese jamais poderá me fazer entrever esse tempo a partir de mim mesmo (é a definição de anamnese) - ao passo que, contemplando uma foto em que ela me estreita, criança, junto dela, posso despertar em mim a doçura enrugada do crepe da China e o perfume do pó de arroz. (Barthes, A câmara clara, p.75)
domingo, 25 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
200 metros mar adentro
sob uma prancha
entretido pelas ondas
pelo sal e pelo frio
partilho de uma fissura sã
um dialeto maori
flutuar
e nos entretempos
ecoar filosofias de maré
entardece e bandos de pássaros
sobrevoam nossas cabeças
vão à ilha do Batuta
sou um deles
vejo minha casa
essa ilha pequena e aconchegante
cercada de pedras
próxima a beira
verde indeterminado
todos os tons
volto pra ela
entre os amigos
somos um bando
e somos felizes
o trabalho acabou
e planamos até a mata
força nas asas
macerando recompensas
vôo em si menor
até o retiro
na terra é perigoso
há muita evolução
o homem evolui muito
prefiro o Batuta
onde só ouvimos os gritos
de disputa pelas ondas
nem rema, nem rema!
(acho que é essa tradução)
sob uma prancha
entretido pelas ondas
pelo sal e pelo frio
partilho de uma fissura sã
um dialeto maori
flutuar
e nos entretempos
ecoar filosofias de maré
entardece e bandos de pássaros
sobrevoam nossas cabeças
vão à ilha do Batuta
sou um deles
vejo minha casa
essa ilha pequena e aconchegante
cercada de pedras
próxima a beira
verde indeterminado
todos os tons
volto pra ela
entre os amigos
somos um bando
e somos felizes
o trabalho acabou
e planamos até a mata
força nas asas
macerando recompensas
vôo em si menor
até o retiro
na terra é perigoso
há muita evolução
o homem evolui muito
prefiro o Batuta
onde só ouvimos os gritos
de disputa pelas ondas
nem rema, nem rema!
(acho que é essa tradução)
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