quarta-feira, 28 de setembro de 2016
sobre uma aula
quando adentro a sala de aula, como professor, rumo ao canto solitário do saber, aquela mesa decorada de ciência, penso na poesia da teoria, como única forma digna de honrar esse intervalo no qual mergulhamos durante a classe, não tenho medo de desonrar as teses, desde que sonhemos juntos por alguns instantes, embriagados pelas rimas de um conhecimento nosso, acolhedor.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
a solução do sistema é um estado permanente de dívidas: se não deve
dinheiro, deve trabalho, deve favores, grandes, pequenos, indissolúveis
amores. carinhos cotidianos, a filhos ou bichanos. deve a si uma noite
ao luar, uma vista pro mar, seis ou oito horas de violão à beira do
fogo. os filmes, os romances, as séries, a cartomante. a dívida é
constante e inconteste, do submundo ao pai celeste, da caridade à saúde
mais momentânea. aos amigos, aos avós, às entranhas. deve-se tudo,
paga-se com juros. do desuso ao abuso de morte, em tão estapafúrdia vida
consorte
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
folheio algumas fotos antigas, fora do plástico, coladas, manchadas, com foco precário. meus momentos. revivo tudo, quem me apresentou foi um amigo de longa data, quase tão perdido quanto o tempo. não nos víamos mais, embora eu habitasse sua gaveta colado a tantos outros personagens. dali viajo para os 1900, para o tempo da matéria, para o hiato entre a prata e o bit. não me sinto especial, apenas vivo, quando ele restitui essa memória artíficie de mim. onde procuramos tais fagulhas hoje? quem guarda nossos fotogramas desconectados? destituídos de sentido e utilidade. esqueçam o revelador, subornem o químico, reinventem o papel. na foto, sou menos eu, menos deus, mais do mesmo. semitom lavado. celulóide ou plástico?
domingo, 4 de setembro de 2016
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