terça-feira, 13 de setembro de 2016
a solução do sistema é um estado permanente de dívidas: se não deve
dinheiro, deve trabalho, deve favores, grandes, pequenos, indissolúveis
amores. carinhos cotidianos, a filhos ou bichanos. deve a si uma noite
ao luar, uma vista pro mar, seis ou oito horas de violão à beira do
fogo. os filmes, os romances, as séries, a cartomante. a dívida é
constante e inconteste, do submundo ao pai celeste, da caridade à saúde
mais momentânea. aos amigos, aos avós, às entranhas. deve-se tudo,
paga-se com juros. do desuso ao abuso de morte, em tão estapafúrdia vida
consorte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário