sexta-feira, 9 de setembro de 2016

folheio algumas fotos antigas, fora do plástico, coladas, manchadas, com foco precário. meus momentos. revivo tudo, quem me apresentou foi um amigo de longa data, quase tão perdido quanto o tempo. não nos víamos mais, embora eu habitasse sua gaveta colado a tantos outros personagens. dali viajo para os 1900, para o tempo da matéria, para o hiato entre a prata e o bit. não me sinto especial, apenas vivo, quando ele restitui essa memória artíficie de mim. onde procuramos tais fagulhas hoje? quem guarda nossos fotogramas desconectados? destituídos de sentido e utilidade. esqueçam o revelador, subornem o químico, reinventem o papel. na foto, sou menos eu, menos deus, mais do mesmo. semitom lavado. celulóide ou plástico?

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