não cabiam mais frases de lua em meu peito.
por isso corri as nuvens com a noite de resto.
contemplação nua sem silêncio
ao encontro de acordes invisíveis
num violão iluminado.
embriaguez de vento cósmico
rabeira de magia que ainda me persegue
é musicar as nuvens com meus tempos
só pra não falar, ou encabular a lua
que passa ali atrás
quase despercebida
apenas dando ao ver
sua possibilidade de vigília
madrugada adentro.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
l i l
tenho certa afeição
pela lisergia.
porque em determinadas experências
primitivas
as sensações não têm um nome.
tampouco as visões,
os lugares,
as escolhas,
as conversas.
como se deus não existisse,
ao comprovar-se vivo.
em longas viagens
pode-se perder o corpo
sublimar passados neuróticos
curar cânceres vindouros...
e tudo não passa de uma imagem
no centro satélite da experiência
um limite que é potência
exponencial,
o corpo.
que nos dá nome e aos astros
conforme cria e recria o ego
em obras.
sejam elas de carne,
de gozo,
ou de sal.
marítimos.
nos reconhecemos regozijando os prantos
do nascimento sempre
e para além
para a flor
ou o fruto
a semente
o porvir
algo mais que a chama,
não nos deixamos imaginar.
pura rebeldia da pele.
mesmo sem nome
mesmo lisérgica
embebida de átomos e magnificências
permanece escrava das sensações.
o chão que sempre nos persegue,
o céu que só nos ilumina
porque cremos.
em ato.
pela lisergia.
porque em determinadas experências
primitivas
as sensações não têm um nome.
tampouco as visões,
os lugares,
as escolhas,
as conversas.
como se deus não existisse,
ao comprovar-se vivo.
em longas viagens
pode-se perder o corpo
sublimar passados neuróticos
curar cânceres vindouros...
e tudo não passa de uma imagem
no centro satélite da experiência
um limite que é potência
exponencial,
o corpo.
que nos dá nome e aos astros
conforme cria e recria o ego
em obras.
sejam elas de carne,
de gozo,
ou de sal.
marítimos.
nos reconhecemos regozijando os prantos
do nascimento sempre
e para além
para a flor
ou o fruto
a semente
o porvir
algo mais que a chama,
não nos deixamos imaginar.
pura rebeldia da pele.
mesmo sem nome
mesmo lisérgica
embebida de átomos e magnificências
permanece escrava das sensações.
o chão que sempre nos persegue,
o céu que só nos ilumina
porque cremos.
em ato.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Lentamente venho me apaixonando pelo teatro.
Não o que se assiste.
Esse já tenho enorme apreço há tempos.
Mas a certo teatro que se faz.
Tenho lido sobre isso,
escrito pequenas dramaturgias,
musicado cenas,
pesquisado interpretações.
É um teatro filosofia que vem se apoderando
de meu corpo
cansado do realismo do manifesto.
Parece que o mágico e o místico
condizem mais com meu personagem.
Não com minha personalidade.
Ela é cômica, irônica e ácida,
apesar da crença direcionada ao horizonte.
A um horizonte de justiça e revolução
que só parece viável
sobre um palco
marcado em pemba.
Atuados,
atuamos.
Não o que se assiste.
Esse já tenho enorme apreço há tempos.
Mas a certo teatro que se faz.
Tenho lido sobre isso,
escrito pequenas dramaturgias,
musicado cenas,
pesquisado interpretações.
É um teatro filosofia que vem se apoderando
de meu corpo
cansado do realismo do manifesto.
Parece que o mágico e o místico
condizem mais com meu personagem.
Não com minha personalidade.
Ela é cômica, irônica e ácida,
apesar da crença direcionada ao horizonte.
A um horizonte de justiça e revolução
que só parece viável
sobre um palco
marcado em pemba.
Atuados,
atuamos.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
A fala educada dos astros.
Que sorriem mesmo distantes e à mingua.
Enquanto tememos alguma de suas aparições meteóricas
para deslanchar nossa insignificância sobre o cosmo.
Agradáveis banhos de lua ou de sol
entre semanas mais cinzas de magia ou de ócio.
O instinto inviável de elencar importâncias nos conduz a este tempo
em que não há, não há parâmetro inteiro...
Vivemos as frações de orgias já destemperadas
pelos pesadelos de acúmulo,
de egocentrismo,
de Vênus.
Que amor é esse que paguei a prazo?
Sem saber como comê-lo no ato,
antes do tempo certo ou inexato
do elogio ou do desprezo?
Que sorriem mesmo distantes e à mingua.
Enquanto tememos alguma de suas aparições meteóricas
para deslanchar nossa insignificância sobre o cosmo.
Agradáveis banhos de lua ou de sol
entre semanas mais cinzas de magia ou de ócio.
O instinto inviável de elencar importâncias nos conduz a este tempo
em que não há, não há parâmetro inteiro...
Vivemos as frações de orgias já destemperadas
pelos pesadelos de acúmulo,
de egocentrismo,
de Vênus.
Que amor é esse que paguei a prazo?
Sem saber como comê-lo no ato,
antes do tempo certo ou inexato
do elogio ou do desprezo?
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
r e v o l t o s
Quando respiro
Tenho um grito
ou um rugido ali
Dentro.
Ou fora.
Porque ecoa.
E quando cala,
permanece.
Ainda mais denso
no olhar
daqueles que passam.
Não olham
nem interrogam.
Sou eu que os vampirizo.
Com esse suspiro,
esse rugido...
Grito:
- A paciência me atordoa!
Mas sou dela.
Apesar de, francamente, inquieto
com tudo que me rodeia e voa.
Habito o entre lugar de meus pensamentos.
Onde, por frações, a nada reajo ou desejo.
O Tejo?
Tenho um grito
ou um rugido ali
Dentro.
Ou fora.
Porque ecoa.
E quando cala,
permanece.
Ainda mais denso
no olhar
daqueles que passam.
Não olham
nem interrogam.
Sou eu que os vampirizo.
Com esse suspiro,
esse rugido...
Grito:
- A paciência me atordoa!
Mas sou dela.
Apesar de, francamente, inquieto
com tudo que me rodeia e voa.
Habito o entre lugar de meus pensamentos.
Onde, por frações, a nada reajo ou desejo.
O Tejo?
domingo, 7 de novembro de 2010
Ainda descubro porque pedi um violão no Natal de 1991.
E porque minha vó me mostrou ele antes do Natal, dentro do armário.
Fiquei lá, e um pouco de mim ainda está,
entre casacos e camisas com aquele cheiro de vó.
Algo de mofo, ou de pó, não sei...
mas era algo tão misterioso.
Um instrumento.
Acho que a sede de luz e de sombras daquele lugar
me deu essa ânsia de experiência sonora.
Uma viagem que nunca sei onde vai dar.
Paradas, viradas, cegueiras, fissuras...
Tudo em turbilhões e momentos tão únicos.
Por dias, gostaria de ser um Beatle,
noutros sequer consigo solfejar um dó.
Um cancioneiro esparso
Esparso de si,
entre tempos distintos.
Melancolias e euforias plenas.
Por vezes musicais.
E porque minha vó me mostrou ele antes do Natal, dentro do armário.
Fiquei lá, e um pouco de mim ainda está,
entre casacos e camisas com aquele cheiro de vó.
Algo de mofo, ou de pó, não sei...
mas era algo tão misterioso.
Um instrumento.
Acho que a sede de luz e de sombras daquele lugar
me deu essa ânsia de experiência sonora.
Uma viagem que nunca sei onde vai dar.
Paradas, viradas, cegueiras, fissuras...
Tudo em turbilhões e momentos tão únicos.
Por dias, gostaria de ser um Beatle,
noutros sequer consigo solfejar um dó.
Um cancioneiro esparso
Esparso de si,
entre tempos distintos.
Melancolias e euforias plenas.
Por vezes musicais.
sábado, 6 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Nesta mortalha resisto.
E apesar da morte, revivo.
Enquanto a vida não fizer sentido,
enquanto permanecer como filho preferido
da inapetência ao toque mágico do sol
e do carinho efêmero destes astros mais gelados.
Assim, sinceramente esquecido e equidistante,
pela própria consciência de si,
permanecerei inerte ao tempo.
Camuflado no estado de não ser.
Pólo anti-gravitacional na atmosfera
serena de um só tempo.
A única morte que podemos ter,
entre tantas outras vidas
muito menos eficientes,
é este sorver maturado
entre tantas outras sementes.
Que ora brilham, ora decaem veementes,
mas não vingam,
não neste solo onde jazemos,
húmus muito apropriado ao canto,
mas impróprio a nutritividade.
E apesar da morte, revivo.
Enquanto a vida não fizer sentido,
enquanto permanecer como filho preferido
da inapetência ao toque mágico do sol
e do carinho efêmero destes astros mais gelados.
Assim, sinceramente esquecido e equidistante,
pela própria consciência de si,
permanecerei inerte ao tempo.
Camuflado no estado de não ser.
Pólo anti-gravitacional na atmosfera
serena de um só tempo.
A única morte que podemos ter,
entre tantas outras vidas
muito menos eficientes,
é este sorver maturado
entre tantas outras sementes.
Que ora brilham, ora decaem veementes,
mas não vingam,
não neste solo onde jazemos,
húmus muito apropriado ao canto,
mas impróprio a nutritividade.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
terça-feira, 19 de outubro de 2010
a r
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
a n i n a r - t e a n i m a r - t e.
Quantos sonhos e luzes de ninar
me ajudaram a chegar aqui
Sereno.
Mesmo longe de estar pronto,
saudável como uma criança mimada.
E aceito entre leões,
saboroso e deglutível como só a inocência permitiria ser...
Deitado.
Defronte ao estampido macio que é a vida
(ao menos para aqueles treinados a crer nas leveduras)
aborreço o tempo com o temor da experiência.
Contemplação carente de pálpebra.
Estável
na instabilidade do presente
e da química paciente
do desejo de paz.
Mesmo na imensidão da falta, da carência elétrica
de tantos fálicos sentidos de um filhote
imperfeito
Saboreio a canção
que se faz luz e som.
Melancolia intra-uterina
Asfixiante e necessária
ante a clarividência de mais um dia a vencer.
Rumo ao quê?
me ajudaram a chegar aqui
Sereno.
Mesmo longe de estar pronto,
saudável como uma criança mimada.
E aceito entre leões,
saboroso e deglutível como só a inocência permitiria ser...
Deitado.
Defronte ao estampido macio que é a vida
(ao menos para aqueles treinados a crer nas leveduras)
aborreço o tempo com o temor da experiência.
Contemplação carente de pálpebra.
Estável
na instabilidade do presente
e da química paciente
do desejo de paz.
Mesmo na imensidão da falta, da carência elétrica
de tantos fálicos sentidos de um filhote
imperfeito
Saboreio a canção
que se faz luz e som.
Melancolia intra-uterina
Asfixiante e necessária
ante a clarividência de mais um dia a vencer.
Rumo ao quê?
terça-feira, 5 de outubro de 2010
y o
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Esta mania de palcos...
É sempre tão distante equalizar justificativas.
As vezes penso que escevo para ninguém.
Ou que existe um ego maior do que as pernas a satisfazer.
E são puras massagens,
letras e músicas
e figuras em giz.
Mas percebo
que carente
de olhos e ouvidos macios,
não posso deitar-me
em cama velada
sem saber-me lido
e ouvido
apropriadamente.
E o que são?
Fagulhas de estima,
apelos e atenção.
As vezes, sonego minha própria volúpia
para acreditar que nessa aventura de autoconhecer-se
através da pena se exige um olhar atento de um outro.
Este espelho rasgado, cruel e sublime
do leitor ou ouvinte,
do amante...
Que surpreende sempre por uma leitura mais apropriada,
pelo percepto de uma afinação mais plausível para nós mesmos,
escravos de uma expressão embaralhada de...
nós mesmos:
mentirosos, carentes e caóticos poetas.
Patetas e marginais, pedindo moedas, aceites e passagens
entre escombros recolhidos de vidas transeuntes
e esferas pequenas, olhos, bolas de gude, tintas, carrosséis...
onde simulamos um mundo
que é maior que nosso umbigo.
Mas nem sempre assim se mostra.
Pois ali cabe, se encaixa perfeitamente
para o descrevermos ao nosso bel-prazer,
seja mentindo em prosa e verso
seja pela discrepância com que saudamos a vida
neste buraco de carne, suor e vento
corpo que aprisiona alma
e a contém definida
e indefinidamente.
Transubstanciamos pela palavra.
Ou pelo teu olhar de leitor?
É sempre tão distante equalizar justificativas.
As vezes penso que escevo para ninguém.
Ou que existe um ego maior do que as pernas a satisfazer.
E são puras massagens,
letras e músicas
e figuras em giz.
Mas percebo
que carente
de olhos e ouvidos macios,
não posso deitar-me
em cama velada
sem saber-me lido
e ouvido
apropriadamente.
E o que são?
Fagulhas de estima,
apelos e atenção.
As vezes, sonego minha própria volúpia
para acreditar que nessa aventura de autoconhecer-se
através da pena se exige um olhar atento de um outro.
Este espelho rasgado, cruel e sublime
do leitor ou ouvinte,
do amante...
Que surpreende sempre por uma leitura mais apropriada,
pelo percepto de uma afinação mais plausível para nós mesmos,
escravos de uma expressão embaralhada de...
nós mesmos:
mentirosos, carentes e caóticos poetas.
Patetas e marginais, pedindo moedas, aceites e passagens
entre escombros recolhidos de vidas transeuntes
e esferas pequenas, olhos, bolas de gude, tintas, carrosséis...
onde simulamos um mundo
que é maior que nosso umbigo.
Mas nem sempre assim se mostra.
Pois ali cabe, se encaixa perfeitamente
para o descrevermos ao nosso bel-prazer,
seja mentindo em prosa e verso
seja pela discrepância com que saudamos a vida
neste buraco de carne, suor e vento
corpo que aprisiona alma
e a contém definida
e indefinidamente.
Transubstanciamos pela palavra.
Ou pelo teu olhar de leitor?
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
o que se dissolve e desprende
de algum ponto ou eixo sensível
do meu corpo alma mente,
dissolvido e imiscuído
entre cosmos tão imensos?
Vidas, entes, passagens?
Intensidades distintas, diversas, esparsas...
Como direcionar faíscas do sensível?
o que são?
mediatrizes d'eu sensório,
máculas,
intempéries,
voôs,
alçados sem medo e sem tempo.
Não os percebo, tampouco sorvo,
ou vejo.
Vivo intenso,
amando,
sendo.
Este imaterial corpo
livre e preso.
calada
chama
inanimada
de desejo.
Que arde ao ar
das rotações,
impermanências
e relatividades.
Não ousaria chamar este todo de amor.
ou
ousaria?
de algum ponto ou eixo sensível
do meu corpo alma mente,
dissolvido e imiscuído
entre cosmos tão imensos?
Vidas, entes, passagens?
Intensidades distintas, diversas, esparsas...
Como direcionar faíscas do sensível?
o que são?
mediatrizes d'eu sensório,
máculas,
intempéries,
voôs,
alçados sem medo e sem tempo.
Não os percebo, tampouco sorvo,
ou vejo.
Vivo intenso,
amando,
sendo.
Este imaterial corpo
livre e preso.
calada
chama
inanimada
de desejo.
Que arde ao ar
das rotações,
impermanências
e relatividades.
Não ousaria chamar este todo de amor.
ou
ousaria?
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
T R A N S
Quanto mais esforço
Mais cegueira.
Testa franzida
Neurônios ranzinzas
Neurônios
Rãs cinzas
Sapos mágicos
Selvas
Diálogos.
Raízes ou
Plantas subaquáticas se espalham,
se propagam...
Monólogos de rio Atlântico.
TRANSA
Mais cegueira.
Testa franzida
Neurônios ranzinzas
Neurônios
Rãs cinzas
Sapos mágicos
Selvas
Diálogos.
Raízes ou
Plantas subaquáticas se espalham,
se propagam...
Monólogos de rio Atlântico.
TRANSA
a d o l e s c e n t e
A beleza infantil de fagulha acesa
Bermuda preta
Quem sabe até feia.
Meu coração, ao deparar-se com uma musa, não conhece estéticas.
Não queria sorvê-la, desejá-la ou tê-la.
Só dizê-la.
Contar a si de si e de tudo que emana com tanta euforia e certeza.
Mesmo pudente, num corpo recalcado,
Tímida, corpulenta,
Sóbria ou rígida,
Precisaria saber de tudo isso que eu sei,
Nesta sutil passadela de olhar entre as cortinas do desejo
e as vilanias do apreço.
Despido de qualquer conduta,
ou advertências de pai ou de mestre,
Posso afirmar sobre o corpo e a vida que passam:
Linda como a sombra dos astros numa noite clara!
Irradia elegância e beleza aos assomos de quem
desacordado em vida frenética se distrai.
Perplexo pela simplicidade de um brilho teso,
porque juvenil.
Bermuda preta
Quem sabe até feia.
Meu coração, ao deparar-se com uma musa, não conhece estéticas.
Não queria sorvê-la, desejá-la ou tê-la.
Só dizê-la.
Contar a si de si e de tudo que emana com tanta euforia e certeza.
Mesmo pudente, num corpo recalcado,
Tímida, corpulenta,
Sóbria ou rígida,
Precisaria saber de tudo isso que eu sei,
Nesta sutil passadela de olhar entre as cortinas do desejo
e as vilanias do apreço.
Despido de qualquer conduta,
ou advertências de pai ou de mestre,
Posso afirmar sobre o corpo e a vida que passam:
Linda como a sombra dos astros numa noite clara!
Irradia elegância e beleza aos assomos de quem
desacordado em vida frenética se distrai.
Perplexo pela simplicidade de um brilho teso,
porque juvenil.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
c a l a d o
O que de minha alma
não transborda em vida,
ainda que inanimada,
Guardo.
Como poeira densa
de poema morto
nestas estantes
infinitas...
Escalas de cor,
harmonia,
tintas.
Sempre outra mirada
a que se achar no horizonte
onde se desvela o eterno
no sossego das horas.
Que passam...
e passam...
e...
não transborda em vida,
ainda que inanimada,
Guardo.
Como poeira densa
de poema morto
nestas estantes
infinitas...
Escalas de cor,
harmonia,
tintas.
Sempre outra mirada
a que se achar no horizonte
onde se desvela o eterno
no sossego das horas.
Que passam...
e passam...
e...
terça-feira, 14 de setembro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
wake up
Acordo com o raio.
Ele mente.
Em forma de trovão.
Assume uma fúria que não é sua.
Num trajeto vertical efervescente até o estrondo.
Somos felizes enquanto dormimos.
Acordados gritamos elétricos.
O pânico da terra profunda.
Ele mente.
Em forma de trovão.
Assume uma fúria que não é sua.
Num trajeto vertical efervescente até o estrondo.
Somos felizes enquanto dormimos.
Acordados gritamos elétricos.
O pânico da terra profunda.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
y fuga
Para onde fujo...
sempre esse imaterial porto.
Errante.
Do que vale?
Aquelas seguranças que mais nos seduzem,
porque deixam fugir;
na sobrecarga das horas.
Gracejos oportunos, mas não suficientes.
Não para tão misterioso mar.
sempre esse imaterial porto.
Errante.
Do que vale?
Aquelas seguranças que mais nos seduzem,
porque deixam fugir;
na sobrecarga das horas.
Gracejos oportunos, mas não suficientes.
Não para tão misterioso mar.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
ali
Dentre todas histórias que contei.
Mentiras, sobressaltos,
vôos.
Nada se delimitou no tempo.
Tranbordando sempre
nestes atos de memória
insalubre.
Será que posso me orgulhar disso?
Deste doce e pequeno desterro
que se extingue pelo desfrutar das horas.
Novos estímulos que vão ocupar aqueles mesmos lugares.
Confundindo prazeres com desejos,
mulheres com músicas,
campos com janelas altas.
Tanta eletricidade desestabiliza o presente,
pretérito que mora ao lado.
A frente, acho.
Quando eu for, que esta corrente abasteça outra fonte.
Quer seja
de água
ou de sede.
Mentiras, sobressaltos,
vôos.
Nada se delimitou no tempo.
Tranbordando sempre
nestes atos de memória
insalubre.
Será que posso me orgulhar disso?
Deste doce e pequeno desterro
que se extingue pelo desfrutar das horas.
Novos estímulos que vão ocupar aqueles mesmos lugares.
Confundindo prazeres com desejos,
mulheres com músicas,
campos com janelas altas.
Tanta eletricidade desestabiliza o presente,
pretérito que mora ao lado.
A frente, acho.
Quando eu for, que esta corrente abasteça outra fonte.
Quer seja
de água
ou de sede.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
solitude
Anda sem ninguém camará
nas ruas da solidão
ama só quem te amará
e não se arrepende
de amargar
vida de Amaralice
amar ansiosamente
amor
de Dandara.
nas ruas da solidão
ama só quem te amará
e não se arrepende
de amargar
vida de Amaralice
amar ansiosamente
amor
de Dandara.
domingo, 15 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
Gênese
O homem que veio do espaço
desceu tímido e pelado até a mesosfera.
E a Terra que nada tinha de virgem
Comeu-o compulsivamente
sem boca pequena.
desceu tímido e pelado até a mesosfera.
E a Terra que nada tinha de virgem
Comeu-o compulsivamente
sem boca pequena.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
vivendas
Quando o silêncio
por fim aportou
como possibilidade
de auto-conhecimento
nada,
simplesmente nada
havia
que não tivesse sido
explicado antes
Naquela polifonia
embrutecida de tamanhas vidas
pressionadas sobre o nobre
insitnto de bicho.
Calado homem se fez luz
no escuro imaterial de sua história
que nada quis dizer
mas ali se expôs,
como chance única do universo
recompor a chama que tanto destilou
formulando fórmulas de fórmulas de fórmulas.
Ele não respondeu.
Porque a pergunta nunca foi dita.
Apenas vivida.
Na estação
Corpo coberto de sombras e volumes
Embarca num carrosel que gira
a minha frente.
E ela pensa que viaja, viaja, viaja...
... sem rumo.
Embarca num carrosel que gira
a minha frente.
E ela pensa que viaja, viaja, viaja...
... sem rumo.
Enquanto isso no Golfo do México
O petróleo chega a Miami
E alguns pinguins se embebem em óleo.
Compram compulsivamente.
Seu tempo é curto.
E caro.
E alguns pinguins se embebem em óleo.
Compram compulsivamente.
Seu tempo é curto.
E caro.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de julho de 2010
segunda-feira, 12 de julho de 2010
d e s b a s t a r d o
Antes de ler,
escrevo um bilhete
à Lucinda.
Querida amiga,
não gosta de cartas apelativas
ou dramáticas,
sequer lê tais desatinos.
Sem selo, envio o recado
via garoto de recados.
Que a seduz
galanteia
invoca a adormecida libido de 1989
e consuma o ato.
Se é amor ou se é paixão
nunca saberei.
Sei apenas que o filho é meu.
escrevo um bilhete
à Lucinda.
Querida amiga,
não gosta de cartas apelativas
ou dramáticas,
sequer lê tais desatinos.
Sem selo, envio o recado
via garoto de recados.
Que a seduz
galanteia
invoca a adormecida libido de 1989
e consuma o ato.
Se é amor ou se é paixão
nunca saberei.
Sei apenas que o filho é meu.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Charlie Ward*
Você jogou fora o tempo
Você jogou fora o ar
Não me restou um segredo a revelar.
Cerrados
Olhos e o peito
Alguém lhe queria mais do que mais
Mais do que estar lá.
Foi por acidente
Amar quem eu fui amar.
Sofro a dor inconsequente de quem se engana.
Reabri a gaveta aí estão os lençóis
Cadê minha porção de vida
Divina?
* com um gosto forte de nostalgia musical.
Você jogou fora o ar
Não me restou um segredo a revelar.
Cerrados
Olhos e o peito
Alguém lhe queria mais do que mais
Mais do que estar lá.
Foi por acidente
Amar quem eu fui amar.
Sofro a dor inconsequente de quem se engana.
Reabri a gaveta aí estão os lençóis
Cadê minha porção de vida
Divina?
* com um gosto forte de nostalgia musical.
sábado, 3 de julho de 2010
t u a l g i b e i r a
Naquela tarde eu tinha um sonho só:
Sonhar de novo com aquele despertar
Que só é possível em sonhos
(Ao menos só vi lá).
...será?...
Sonhar de novo com aquele despertar
Que só é possível em sonhos
(Ao menos só vi lá).
...será?...
terça-feira, 29 de junho de 2010
t ã o s ã o j o ã o
Lembro?
Lembro sim.
A primeira vez que quis ser escritor.
Algo tão distante e impossível
Que escrevi no caderno
Como uma carta de náufrago.
Tanto ficou na cabeça que perdi o papel
No que a frase permanece.
Intangível pela necessidade de viver (tinha 14 anos)
Agora tanta vida que não me atrevo a escrever,
A contar um tempo,
Tão depressa passado.
Que não ficou pra trás,
Sim, cá está.
E quanto mais vida
Menos audácia.
Nada a dizer ou escrever
No silêncio noturno das passagens
Onde os muros e os ares dizem mais
Pela distância que demarcam,
Pelo saber que tecem,
Descompromissados,
Desavisados,
Impermanentes.
Eles esperam, como eu, pela ponta do lápis
E o macio encontro do desejo em ato.
Não.
Não me lembro.
Ainda não lembro como ser escritor.
Muito vivi e tenho vivido.
C a m õ e s
Sobre rios que vão
por Babilônia, me achei,
Onde sentado chorei
As lembranças de Sião,
E quanto nela passei.
Ali o rio corrente
De meus olhos foi manado;
E tudo bem comparado,
Babilônia ao mal presente,
Sião ao tempo passado.
por Babilônia, me achei,
Onde sentado chorei
As lembranças de Sião,
E quanto nela passei.
Ali o rio corrente
De meus olhos foi manado;
E tudo bem comparado,
Babilônia ao mal presente,
Sião ao tempo passado.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
"...somos contos contando contos..."
Na caverna de Platão ou Saramago.
Pensamos que o mundo são as sombras.
Realidade a partir de monóculos e caleidoscópios
E tantas outras lentes e imagens que nos decompõe.
Este mesmo fogo que aquece
e nos projeta na parede
É toda tecnologia de que dispomos
para organizar as sedes prioritárias,
fabular as mesmas antigas histórias
que nos acompanharam
da carne à imaterialidade
desta pedra pintada de sombra.
Este novo símbolo
nos adiciona
e subtrai
ao tempo
umedecido da caverna,
entre fagulhas e certezas,
calor que a tudo consome.
Pensamos que o mundo são as sombras.
Realidade a partir de monóculos e caleidoscópios
E tantas outras lentes e imagens que nos decompõe.
Este mesmo fogo que aquece
e nos projeta na parede
É toda tecnologia de que dispomos
para organizar as sedes prioritárias,
fabular as mesmas antigas histórias
que nos acompanharam
da carne à imaterialidade
desta pedra pintada de sombra.
Este novo símbolo
nos adiciona
e subtrai
ao tempo
umedecido da caverna,
entre fagulhas e certezas,
calor que a tudo consome.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
N o i t e d e S ã o J o ã o
Renasci numa noite
que foi uma vida inteira.
Uma noite que ligou
lua a estrela.
De tão extensa.
Foi quando o passado
queimou no presente
tantas convicções,
que o futuro parecia
um prato cheio
de desejos deliciosos
e quentes.
Porque fazia frio.
Sim. Era inverno.
E embora não geasse
era tinta de cego
aquilo que víamos entre
as aragens.
Fagulhas de promessas...
sempre promessas.
A nos guiar entre os
arvoredos...
Acabou assim aquela noite
que nunca termina.
Acabou assim como a vida.
atualização
Diante de uma foto minha
ainda em filme,
mas expandida em tela plana
aqui, num destes campor virtuais,
pensei demoradamente...
Em quantos lugares e tempos passei
e por ali estar, habitei oportunamente
um verso de prata e metais.
Imprimindo esta minha personalidade
equidistante
entre o nada e o lugar nenhum.
Em tantas gavetas ou mundos empoeirados,
que não dizem mais nada de mim
(ou quem sabe nunca disseram).
Sorrindo por vezes,
empunhando copos por outras,
empanando perfis exagerados que só a adolescência permitiria.
Eu ali, entre outras vivências e tragos,
multiplicado em presença
e memórias.
Destempos
e esquecimentos.
Quem eu fui em tantos outros campos?
Com quem fiquei, por quem lutei?
(para aqueles que não me conheciam
e mesmo assim me guardavam, ou, pior! ainda me guardam.
ali, em seus guarda-roupas, em seus cabides fantasmas,
em seus álbuns estranhos desaparecendo)
Quem fui eu lá?
Quem sou eu aqui sem aqueles? Somado a eles?
Embrutecido sem a totalidade.
Eis que o quadro aparece aqui.
Imaterial,
em minha parede de vidro.
E estabeleço contato.
Me faz viver algo que ainda não vivi,
pois a memória que aciona está além do que consegui guardar,
como uma herança ilusoriamente plantada.
Num campo vazio, sem interior.
No árido sangue da juventude ou da beleza vicinal.
Não sou aquele, não sou este, quem?...
O sonho que ainda vibra no filme
capturado entre a câmara e a luz.
Este parece ser o ente que ainda resiste aos
esquadros da imagem multifacetária
e viva que me anima.
A desaparecer da gaveta
para dentro da tela
revisitada no eu.
(ao menos naquele que acho que conheço)
Eis..
ainda em filme,
mas expandida em tela plana
aqui, num destes campor virtuais,
pensei demoradamente...
Em quantos lugares e tempos passei
e por ali estar, habitei oportunamente
um verso de prata e metais.
Imprimindo esta minha personalidade
equidistante
entre o nada e o lugar nenhum.
Em tantas gavetas ou mundos empoeirados,
que não dizem mais nada de mim
(ou quem sabe nunca disseram).
Sorrindo por vezes,
empunhando copos por outras,
empanando perfis exagerados que só a adolescência permitiria.
Eu ali, entre outras vivências e tragos,
multiplicado em presença
e memórias.
Destempos
e esquecimentos.
Quem eu fui em tantos outros campos?
Com quem fiquei, por quem lutei?
(para aqueles que não me conheciam
e mesmo assim me guardavam, ou, pior! ainda me guardam.
ali, em seus guarda-roupas, em seus cabides fantasmas,
em seus álbuns estranhos desaparecendo)
Quem fui eu lá?
Quem sou eu aqui sem aqueles? Somado a eles?
Embrutecido sem a totalidade.
Eis que o quadro aparece aqui.
Imaterial,
em minha parede de vidro.
E estabeleço contato.
Me faz viver algo que ainda não vivi,
pois a memória que aciona está além do que consegui guardar,
como uma herança ilusoriamente plantada.
Num campo vazio, sem interior.
No árido sangue da juventude ou da beleza vicinal.
Não sou aquele, não sou este, quem?...
O sonho que ainda vibra no filme
capturado entre a câmara e a luz.
Este parece ser o ente que ainda resiste aos
esquadros da imagem multifacetária
e viva que me anima.
A desaparecer da gaveta
para dentro da tela
revisitada no eu.
(ao menos naquele que acho que conheço)
Eis..
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Preciso de um clássico
Num trem.
Voltava de Florença e ouvia ópera.
Verdi.
Verme.
Eu me sentia.
Imundo entre chineses
sentia latente um desejo
de brasilidade.
Canha, afeto ou churrasco.
Para um eunuco vegetariano ébrio?
Sim, como a cura
da China que invade a Itália,
um copo de Ásia.
Bem gelada!
Voltava de Florença e ouvia ópera.
Verdi.
Verme.
Eu me sentia.
Imundo entre chineses
sentia latente um desejo
de brasilidade.
Canha, afeto ou churrasco.
Para um eunuco vegetariano ébrio?
Sim, como a cura
da China que invade a Itália,
um copo de Ásia.
Bem gelada!
segunda-feira, 14 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
terça-feira, 1 de junho de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
In taberna quando summus
Meia hora até a última cerveja
Meia vida, última ceia
Meio vida, meio cheia
Inteira
Só meia hora e meia.
Meia vida, última ceia
Meio vida, meio cheia
Inteira
Só meia hora e meia.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
oito de janeiro de dois mil e nove
Uma nuvem chamada cultura.
Evaporamos.
De nossa sublimação a terra se alimenta
Verdeja
Isenta de intenção,
Uma relva tênue de simples existência.
Adiante floresce, engrandece,
Irrompe.
Toma seu lugar na atmosfera,
Desloca partículas,
Assimila carbonos;
Se conecta,
Se projeta,
Se extingue.
Transubstanciação incondicional.
E a chuva, aos poucos, acalma o tempo
Desviando dos objetivos
As horas.
Evaporamos.
De nossa sublimação a terra se alimenta
Verdeja
Isenta de intenção,
Uma relva tênue de simples existência.
Adiante floresce, engrandece,
Irrompe.
Toma seu lugar na atmosfera,
Desloca partículas,
Assimila carbonos;
Se conecta,
Se projeta,
Se extingue.
Transubstanciação incondicional.
E a chuva, aos poucos, acalma o tempo
Desviando dos objetivos
As horas.
domingo, 16 de maio de 2010
quinta-feira, 13 de maio de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
minhas páginas
acordo indisposto com as palavras.
as evito até nove da manhã.
divórcio inviável, mas tentativo.
assim como de uma alma ocre
e seu desejo de sangue.
o instante sutil nos absorve
e parece que entre o tentar e o ser
existe o sublime
anterior a palavra espero estar
no caminho entre a vida e a pura inspiração
silêncio possível
porque imaginado
criado,
sem métrica.
as evito até nove da manhã.
divórcio inviável, mas tentativo.
assim como de uma alma ocre
e seu desejo de sangue.
o instante sutil nos absorve
e parece que entre o tentar e o ser
existe o sublime
anterior a palavra espero estar
no caminho entre a vida e a pura inspiração
silêncio possível
porque imaginado
criado,
sem métrica.
quarta-feira, 24 de março de 2010
terça-feira, 2 de março de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)