segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

l i l

tenho certa afeição
pela lisergia.
porque em determinadas experências
primitivas
as sensações não têm um nome.
tampouco as visões,
os lugares,
as escolhas,
as conversas.
como se deus não existisse,
ao comprovar-se vivo.
em longas viagens
pode-se perder o corpo
sublimar passados neuróticos
curar cânceres vindouros...
e tudo não passa de uma imagem
no centro satélite da experiência
um limite que é potência
exponencial,
o corpo.
que nos dá nome e aos astros
conforme cria e recria o ego
em obras.
sejam elas de carne,
de gozo,
ou de sal.
marítimos.
nos reconhecemos regozijando os prantos
do nascimento sempre
e para além
para a flor
ou o fruto
a semente
o porvir
algo mais que a chama,
não nos deixamos imaginar.
pura rebeldia da pele.
mesmo sem nome
mesmo lisérgica
embebida de átomos e magnificências
permanece escrava das sensações.
o chão que sempre nos persegue,
o céu que só nos ilumina
porque cremos.
em ato.

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