quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Nesta mortalha resisto.
E apesar da morte, revivo.
Enquanto a vida não fizer sentido,
enquanto permanecer como filho preferido
da inapetência ao toque mágico do sol
e do carinho efêmero destes astros mais gelados.
Assim, sinceramente esquecido e equidistante,
pela própria consciência de si,
permanecerei inerte ao tempo.
Camuflado no estado de não ser.
Pólo anti-gravitacional na atmosfera
serena de um só tempo.
A única morte que podemos ter,
entre tantas outras vidas
muito menos eficientes,
é este sorver maturado
entre tantas outras sementes.
Que ora brilham, ora decaem veementes,
mas não vingam,
não neste solo onde jazemos,
húmus muito apropriado ao canto,
mas impróprio a nutritividade.

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