domingo, 7 de novembro de 2010

Ainda descubro porque pedi um violão no Natal de 1991.
E porque minha vó me mostrou ele antes do Natal, dentro do armário.
Fiquei lá, e um pouco de mim ainda está,
entre casacos e camisas com aquele cheiro de vó.
Algo de mofo, ou de pó, não sei...
mas era algo tão misterioso.
Um instrumento.
Acho que a sede de luz e de sombras daquele lugar
me deu essa ânsia de experiência sonora.
Uma viagem que nunca sei onde vai dar.
Paradas, viradas, cegueiras, fissuras...
Tudo em turbilhões e momentos tão únicos.
Por dias, gostaria de ser um Beatle,
noutros sequer consigo solfejar um dó.
Um cancioneiro esparso
Esparso de si,
entre tempos distintos.
Melancolias e euforias plenas.
Por vezes musicais.

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