quinta-feira, 28 de março de 2013

tive um filho chamado Benjamin
perdeu e venceu
e teve a vida encerrada
num trunfo de esquina
uma aversão ao desatino do progresso
mas era de sobrevida que falávamos
e essa durou mais de nove décadas
insuficientes para enteder a glória, o sucesso, o benfazejo
não há razão para o bom senso
sequer bondade
tudo sempre é uma questão de ordem
para os Benjamins
e para os eficientes
para os que dormem
e para os que estão a frente da sociedade das franquias mórbidas
dos seguros, das apólices, das realizações enigmáticas
meu filho era só mais um
que comeu ovo cru da galinha errada
(não, não foi o cú da galinha errada, não)
foi a própria descendência dela
e tudo que poderia dar certo ou sucumbir
ou algo entre essas linhas
esse morno em ré sétima
de quase toda rapisódia

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