quinta-feira, 18 de junho de 2015

de tantos venenos e adubos inorgânicos,
hoje as flores perduram mais que os amores

ou trocamos de vaso por acreditar que assim nos aproximaremos mais do sol
ou o câncer nos devora tamanha voracidade com que fotossintetizamos as estrelas

todas as flores são plásticas
todas as falas gástricas

a acidez decompõe o sal com que nos vigiamos
a acidez é o sangue da melancolia
é o vinho dos desavisados
o distúrbio inerte da benevolência

há uma vaso florido sobre minha lápide
oculta a última frase que eu teria dito
se tivesse encontrado palavra
sem a fragilidade da língua

Nenhum comentário: