de tantos venenos e adubos inorgânicos,
hoje as flores perduram mais que os amores
ou trocamos de vaso por acreditar que assim nos aproximaremos mais do sol
ou o câncer nos devora tamanha voracidade com que fotossintetizamos as estrelas
todas as flores são plásticas
todas as falas gástricas
a acidez decompõe o sal com que nos vigiamos
a acidez é o sangue da melancolia
é o vinho dos desavisados
o distúrbio inerte da benevolência
há uma vaso florido sobre minha lápide
oculta a última frase que eu teria dito
se tivesse encontrado palavra
sem a fragilidade da língua
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário