terça-feira, 13 de dezembro de 2011

me
inquieta
e amedronta
outra musa inspiradora

mesmo quando
desisti das notas
dos pincéis
dos romances
dos átomos
tenho o coração volátil

chove

entre lua
ou meteoros

e em estado sublime
me arrependo loucamente
de amar profundamente
esse estágio adolescente
do ser
esse fôlego duplo
que nunca me levou a nada
sequer fez alçar coragem como um Oz

mas deve ser mágico
deve por dever ser
senão já não teria honra
já não seria justo
estaria entregue

a alegria nunca se convence
de sua fecundidade
que prospera sobre a dor
da impertinência

estou certo de que tantas musas
nunca me viram
por isso não esqueceram
que poderiam (ou podem)
deslumbrar um aglomerado de células inebriadas
a tecer tapetes ou bonecos de neve
mesmo que não existam invernos ou calçadas a pisar

esse é o mistério do meteoro e do luar

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