me
inquieta
e amedronta
outra musa inspiradora
mesmo quando
desisti das notas
dos pincéis
dos romances
dos átomos
tenho o coração volátil
chove
entre lua
ou meteoros
e em estado sublime
me arrependo loucamente
de amar profundamente
esse estágio adolescente
do ser
esse fôlego duplo
que nunca me levou a nada
sequer fez alçar coragem como um Oz
mas deve ser mágico
deve por dever ser
senão já não teria honra
já não seria justo
estaria entregue
a alegria nunca se convence
de sua fecundidade
que prospera sobre a dor
da impertinência
estou certo de que tantas musas
nunca me viram
por isso não esqueceram
que poderiam (ou podem)
deslumbrar um aglomerado de células inebriadas
a tecer tapetes ou bonecos de neve
mesmo que não existam invernos ou calçadas a pisar
esse é o mistério do meteoro e do luar
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