terça-feira, 6 de dezembro de 2011

o que penso
do progresso
enquanto sorrio
aos meus filhos
sonhos anômalos de futuro
e dito novidades aos mais jovens
como transes rarefeitos
de uma cabeça bem aparada

mas como pura aparência
que representa
perdida na própria eficiência
vaga irresponsável
tomando lugar dos mais úteis
dos indicados
dos fenomenológicos
revigorando o traçado
pré-colombiano
da cosmovisão do desastre

sem qualidade
sem sono
inapto
mas nos lugares
donde exigem-se respostas
rápidas
trêmulas
tenazes
mesmo, ou exatamente pela
improdutividade,
eclodem abundantes
retomando o ciclo
futuro-presente
"desenvolvimento"

- prazer papai
descobriram a cura
do câncer
mas não
do cancro
nem do beijo
(de traição?
seria verdadeiro)

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