domingo, 16 de fevereiro de 2014

entre mais de mil observadores, existe nesse eu real quase imperceptível ou incólume (naquilo que sugiro ser real) um ímpeto. um corpo jaz embriagado pelos leitores, admiradores, criadores da existência terrena. piso descalço (somente no sábado) e deito a vida para os que me amam. dois, três, quiçá, seis, contando os que acreditam na materialidade. sou só uma foto sorridente. aliás, a foto já morreu, resta o sorriso à deriva e seus admiradores (também mortos). do paraíso, ou do purgatório comentam, demarcam territórios, ocupam o espectro fantasmagórico desse perfil ridículo. que de tão ridículo assume o posto d'eu real. não mais existo, ninguém tocou em meu corpo. ninguém sabe o que penso (o que verdadeiramente penso). verdade? pensamento? por quanto tempo serão necessários? esses levantes, essas indagações, essas inconformidades? logo terei dois estômagos, ruminarei e postarei mais, serei mais produtivo, incauto, sábio digital... estarei definitivamente entregue a poesia dos músculos. sem ossos. 

Nenhum comentário: