quarta-feira, 18 de novembro de 2015

eu produtivo invade o tom da poesia
sugere que musiquemos por relaxamento
como se transcendência fosse possível
quando a náusea alienante do acúmulo
está nos murmúrios e nos pensamentos
no estalar de dor dos ossos
no ranger dos dentes na respiração
musico com lirismo tateando lua e silêncio
uma musa esquecida na poeira dos livros
uma memória desfalecida entre os ombros
mas é como se o peito oco ressoasse
apenas frases sem sentido
palavras soltas monossílabos
grunhidos do energúmeno produtivo
produtivo acumulativo inovativo
preenchido das frustrações errantes
dos que sonham nas mansões
inebriados pela fumaça impermeável
do bom charuto cubano
aceso com o fogo-fátuo
de um dólar chinês-americano
(incendiário)

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