segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Hoje que um momento de solidão é fato raro pra mim, entendo porque nunca quis estudar música. Aqui, no alto da montanha, entre neblina densa, lua, violão, nostalgias soam como lampejos. Entendo daqueles primeiros dias, entre 12 e 13 anos, certa ânsia estranha. Sempre desaprendendo notas, sempre esquecendo os ditados e solfejos. Por fim, quando desisti definitivamente das aulas, descobri o que era liberdade. Sim. Liberdade. A mesma que encontro hoje com um baixo em ré e tantas ou todas as cordas e notas prontas acima e abaixo. Prontas ao toque, em suas desconhecidas casa. Despertas, excitadas, vibrando, esperando, um pouco de euforia madrugada adentro. Não sei explicar como esse toco, feito de tensão, nylon e aço, me faz voar tão longe, quando o desperto de seu sono melancólico (de dentro da capa em vias de mofo). Só vejo hoje a liberdade de ontem, ou sou tão grato e feliz hoje por essa possibilidade de ignorância. Sim, de ignorância e inocência neste trato. Nos permitimos assim e sento livre aqui, nestes poucos e raros momentos de solitude, sem pensar em nada, mas intuindo, flanando entre ritmos, dissonâncias, trastejados; um pedido de licença entre a formalidade do universo que emana em monotom de SI. Maior.

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