terça-feira, 2 de agosto de 2011

lá onde o sonho é irreal
eu tive um filho
a pensar por ele
enquanto, de forma imatura
ainda à matriz terrena pertencia,
pude ver com quase nitidez
tantos cordões
fibrosos, sanguíneos, hepáticos
irrompendo ou ajustando seu sobrevôo,
assim como o meu, já restrito.

em solo fértil jaz
sua placenta putrefeita
como adubo
a um sorriso de abutre
último alimento livre
de mágoa e de ira,
de comiseração e de dívida.

agora paga pela carne recebida
em perfeito estado,
mas em mão única
eterno retorno
ao coeficiente inexato
do humano
entre o erro e o pecado.

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