quinta-feira, 29 de março de 2012

essa célula que não me pertence
que tanto ri e que se chama câncer
sobrevivente de uma tentativa de conto
ainda adolescente
escreve em ritmo frenético
sobre o mar e as andorinhas
sobre os afrescos parisienses
e as entresafras de boa arte e vinho californiano
é epilética e insegura
embora flua sem acidentes
pelas paredes arteriais
os muros que não nos separam
pontes elétricas
gênios mortos

gêmeos em humana jornada

sobrevida

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