quarta-feira, 23 de outubro de 2013

eu brinco ou de fato carrego a angústia de nunca saber se verei o mundo amanhã com olhos de poeta ou de rei. não sei se voltarei a musicar palavras, se saberei articular melodicamente
minhas experiências traumáticas ou amorosas.
as desilusões
as terei? em que proporção ocuparão meu coração? ou minha dieta eficiente de carboidratos?
não sei se entendo porque preciso dessa aparência insatisfeita ou se a insatisfação é o moto-contínuo dos dias, dos minutos em silêncio contemplativo
guardo os poemas da adolescência, as músicas de quando loucamente apaixonado as declarações às amantes, às putas, às despossuídas
guardo tudo em fita magnética
onde o sentido já não é mais aquele
onde a voz infantil já é gutural
onde a própria memória já se apresenta velha e moribunda como minha teimosia de necessidade do poema
deite quieto, verme! 

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