sexta-feira, 30 de agosto de 2019

três da manhã, apartamento hermeticamente fechado, estou na fase final de submissão de um artigo para uma revista científica via internet, abro uma cerveja, iluminado pela tela do computador, sinto uma presença estranha no escritório, uma vibração, uma mosca varejeira gigante se choca contra a tela branca, levo um susto aterrorizante, ela vai e volta, fico à cata, fico às voltas, um Breaking Bad careta, um Breaking Bad proletário, uma dispersão surrealista da produtividade do quarto turno de trabalho, o medo de que essa mosca morcego se afogue em minha cerveja, a única e última, ela ainda está por aqui, sinto sua presença, asas vibram, eu não, estático zum zum zum.

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