sou especialista em nada. na escola, sempre fui bem em
física, educação física e português. escrevi uma redação sobre logaritmos.
errei no vestibular, não fui tão profundo como deveria. especialista em coisa
alguma, tenho uma vantagem: sei de basquete, regra de três, parábolas bíblicas,
xadrez. mas ainda nunca sempre estou pronto para o que, de fato, preciso
dominar. não sou esse especialista. dedilho um violão, estrago as unhas no
contrabaixo, posso me arriscar num omelete ou num feijão. não conheço a lesão
do esforço repetitivo, nada é tão permanente que me afeiçoe. na ditadura do
encontrar-se, sou o doce marginal fã de labirintos. nunca desvendei, nunca
achei a arca, sequer desejo o prêmio. navego ermo, madrugada adentro ou
despertando cedo, muitas vezes em sequência. chimarrão e coca. vinho e
eletrólitos. saúde e hedonismo. elogio a superficialidade e não tenho razão,
sequer racionalidade suficiente para pertencer. ao iminente estabelecimento,
fujo. embora aceite, escravo, levar a casa nos ombros como um prêmio de
consolação pela energia da busca.
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário