sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

tocata

Fujo em desordem de desejos.
À rua, uma noite, mais outra...
ainda sempre na ânsia de te encontrar
ou me encontrar...
encontrar o que?
Esqueci a jarra enchendo na pia
Tão repentina transbordou que
Nado no apartamento!
Nada no apartamento.
Enxugo água
e enxugo tantos sentimentos
de tantos, ou todos os tempos.
Só assim parecem mais possíveis.
Só assim os sentidos colam nos delírios
E reinvento a vida ao dissabor das boas medidas.
As exatas.
Secaram todos os excessos
e ainda te espero
vestida com meu casaco
metáfora do meu corpo te envolvendo.
Porque a pele não exala mais essa fome de bicho,
está tudo em seu armário por tempo indefinido.
Ácaros, traças, vinhos escondidos
celebram minha libido.

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